Estou ansioso, vou ligar para as informações do aeroporto. Estás a demorar demasiado. Deixo a louça suja na banca, não a vou lavar agora. Sou desarrumado, e apesar do mundo ser dos organizados mantenho-me assim, desajeitado e desarrumado. Não quero o mundo para nada.
"De que te serve o quadro sucessivo das imagens externas a que chamamos vida?" diz o poeta e com razão. Não quero nada do qual não faças parte.
Havia tanto para te dizer quando partiste, mas calei-me.
Vou vestindo o casaco na pressa de chegar mais perto de ti, mas do outro lado da linha continuo à espera.
"A sua chamada é muito importante para nós..." e depois a porra do Vivaldi outra vez!
O teu vôo está atrasado e já duvido que regresses. Foram 8 anos. Partir a merda dum espelho dava menos azar...
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