segunda-feira, 16 de março de 2015

Poema de toalha de papel



no instante da viagem
rasgas o véu
qual dardo de terra e lama
sulcas o horizonte de inverno
de seios abertos
não há recordação que não esqueças
apesar do zinabre que te pesa nos ombros
fazendo-te sentir mais memória
que momento presente

sexta-feira, 6 de março de 2015

Fingimento

É difícil encontrar quem nos ame,
Ah! Ninguém nos entende.
Oiço por aí que, como nós,
Quem muito escreve,
Só escreve porque mente.
E eu, 
Eu percebo verdadeiramente!
Pois como vocês, caros amigos,
Finjo que vivo o que não vivo.
Toda a dor, todo o amor,
É todo um mundo,
Aflitivo,
Que só existe no papel.
Mas quem, como nós, mente,
Também sofre, também ama, também sente.
E como é bela esta vida sonhada...
Mentimos quase tão perfeitamente que,
Na vida,
Aquilo que tanto escrevemos e mentimos,
Chega a ser verdade para tanta gente!